Isto começa logo por meter água. Pois, se a casa é velhinha, o negócio nem por isso. Mas já me perdoarão a pequena aldrabice, é que vale mesmo a pena ir ao engano.
A dita Casa das Águas abriu em 1907 e vendia o invendível…copos de água! Isto porque naqueles dias quem queria beber uma pinguita não ia à chorosa torneira, não, tinha mesmo que ir bebê-la ali à Fonte das Ratas (alcunha simpática dada ao belo Chafariz d’El Rei).
Porém, neste balcão da Rua Áurea, podia poupar-se a ida às termas e beber as águas sulfurosas, carbonatadas, iodadas, ferruginosas e algumas limonadas, à falta de coca-colas e outras mixórdias adulteradas.
Depois dos bebes, a casa ainda tentou tabacaria mas, passado uns tempos, foi tudo por água abaixo… Até ao dia (há coisa de 10 anos) em que o Sr. Jorge, um apaixonado coleccionador de tudo, resolveu fazer desta mítica casinha um sótão de avô, uma cápsula do tempo, um labirinto do antigamente…
É aqui que vimos apanhar o Zé Povinho a fazer companhia ao safado padre das Caldas e a Amália a responder com olhinhos às boquinhas da Marylin, isto no meio de candeeiros estrambólicos, caixinhas vintage, uniformes para noites marotas e nazis, postais velhos, bonecada, chapéus muitos, vinis, matrículas, azulejos, relógios parados, máquinas fotográficas, bandeiras sem pau…por aí fora até ao infinito, a andar para trás.
Conclusão: Seja o que for que procurar, é aqui que vem encontrar.
Mas “áuguinha” que é boa, nem se sente... Vai ter mesmo que ir pedir um copinho ao café da frente.























In the old days, you would come here to kill your thirst. This shop sold water by the cup, hence the name, Water House. Here you could drink a wide variety of thermalwaters to cure almost everything. Nowadays you come here to kill your antiques-thirst. This curious shop sells everything you would find at your grandpa’s attic. Everything…but water.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarLocal maravilhoso onde já desencantei de tudo, desde perfumes antigos às fotos de viagem de alguns ilustres desconhecidos que nos anos 50 andaram a visitar os castelos de França (e que agora adornam as paredes do meu quarto...)
ResponderEliminarDo uniforme nazi
ResponderEliminarAo canário na gaiola
Tudo aqui vai encontrar
Seja sagrado ou da bola.
Coisas do antigamente,
De tempos que já lá vão
Tempos que não voltam mais
Do sagrado ao folião